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Bancada Central#12 – A minha homenagem a “Luís Figo”
publicado por César Santos a domingo, 24 de maio de 2009

Figo. Nome que por certo perdurará na memória de muitos de nós, durante muitos anos. O primeiro grande jogador português do futebol moderno coloca, esta época, um ponto final na sua brilhante carreira como profissional de futebol. Mas Figo foi muito mais que isso. Para mim será sempre um Homem com “H” grande que vale a pena recordar, pois a sua forma de estar no futebol e na vida não é costumeira pelas lides futebolísticas. Hoje, manhã de domingo, recordo-o com uma nostalgia tremenda. Admiro tudo em si. O homem e o futebolista fazem para mim a simbiose perfeita daquilo que deve ser um modelo de jogador de futebol. Seguro de si, mas humilde. Fantasista com a bola nos pés, mas cumpridor sem ela. Visionário na hora de jogar, mas discreto na sua vida quotidiana.

Poucas polémicas se conhecem na sua vida e talvez os episódios que o tenham deixado com uma imagem menos positiva terão sido o da transferência para Madrid e aquela entrada sobre um adversário num jogo do campeonato. Descrição sempre foi o seu melhor adjectivo fora de campo, nunca teve comportamentos excessivos ou fora do normal. E é isso que eu admiro, porque teve o mundo a seus pés. E quando assim é por vezes perde-se a cabeça. Mas Figo não, por mais títulos, dinheiro e fama que foi coleccionando ao longo de todos estes anos sempre teve os pés bem assentes na terra. E eu felicito-o por isso, pois são escassos os exemplos de futebolistas que se tornaram famosos e não caíram em tentação.

A primeira vez que vi Figo jogar foi num jogo do campeonato espanhol, tinha eu aí uns 7 ou 8 anos. Se a memória não me falha o adversário era o Bilbao e o português ainda passeava a sua classe por Nou Camp. Nesse jogo marcou dois golos e fez uma assistência, dando o triunfo à sua equipa, estava no auge da sua carreira. Quando partiu para Madrid senti uma enorme tristeza, achava que Barcelona era o local ideal para si. Ainda hoje o acho. Figo tinha ficado melhor na cidade culé, mas procurou o melhor para a sua carreira e para a sua vida, não condeno isso. Sim eu sei que ele ganhou a Liga dos Campeões pelo Madrid, mas o estilo e a génese do Barça eram a casa ideal para o talento do português. O presidente barcelonista, naquela altura, sabia que tinha cometido um dos maiores erros da sua vida, pois apesar dos adeptos do Barcelona não perdoarem Figo pela troca pelo seu maior rival, culpam muito mais o presidente Johan Gaspart pelo sucedido. Afinal eles acabavam de perder o maior talento que tinham na equipa, ainda por cima para o rival madridista. Lá no fundo os adeptos culés amam o português, mas a troca pelo Real nunca mais será esquecida. Já no Inter e numa fase decadente da sua carreira conquistou um tetra e muito mais que isso. Conquistou os adeptos do sempre exigente “calcio” e provou ao presidente Ramon Calderon, que o obrigara a abandonar o Bernabéu de uma forma muito pouco digna, que ainda era capaz de dar muito ao futebol.

Para nós, portugueses, ficarão para sempre na memória as exibições com a camisola das quinas. Cada partida pela selecção era uma final para Luís. O golo à Inglaterra no Euro’2000, ou o magnífico chapéu a Schemeichel no apuramento para essa fase final são apenas dois momentos que representam o talento de Figo. O Euro’2004 e o Mundial’2006 representam a liderança e importância na Selecção Nacional. Na sua carreira apenas guarda um mau momento. Naquela noite, no Estádio da Luz, Portugal perdia a maior oportunidade de ganhar um troféu internacional. Figo chorava como um menino. Nunca mais esquecerei esse momento e acredito que ele também não. No entanto, acredito que este Homem não descansará enquanto não levar Portugal à glória mundial, ele próprio já o assumiu.

E assim o jovem que jogava nos “Pastilhas” se fez Homem e conquistou o mundo. Hoje todos lamentamos o fim de uma das mais brilhantes carreiras futebolísticas do desporto mundial.

Obrigado Luís Figo! (que para mim será sempre o… Figão)

Um abraço

“this is the real life…”

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Blogger David Pereira Comentou...
Que grande jogador que foi Luis Figo!

Foi um dos primeiros que admirei, juntamente com Zidane e Vitor Baía, tinha eu os meus 8 anos.

Concordo com tudo o que disseste, foi um jogador humilde ao longo da sua carreira, talvez não lhe tenha ficado muito bem trocar de camisola do Barça pela do Real mas penso que há que haver uma certa compreensão, afinal foi para o campeão europeu em titulo e equipa que estava a dominar em Espanha.

Já pela selecção, foi um grande jogador também, não gostei muito das suas exibições no EURO 2004 exceptuando no jogo frente à Holanda mas no Mundial 2006 jogou um pouco melhor.

Uma vénia a Luis Figo!
24 de maio de 2009 às 12:32