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Bancada Central#24 – A única prova de que Deus existe...
publicado por César Santos a sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um, dois, três toques na bola. Magia. Uma, duas, três fintas e lá ficaram três ou quatro adversários pelo caminho. A cada drible ou remate, a cada finta ou sprint, “El Pibe” ,Diego Armando Maradona traçava mais uma linha na história do Futebol. Por mais que se valorizem os seus defeitos, ou por mais que se sobrecarreguem sobre suas falhas, tudo em Diego era magia. Ninguém lhe resistia, nem o mais infame dos brasileiros, nem o mais rústico dos Uruguaios, era como que um mundo à parte em cada partida. A bola, sua melhor amiga e conselheira, parecia como que um prolongamento de seu corpo, sendo que obdecia às “ordens”do argentino, tal como qualquer outra parte de seu corpo. Mecânica? Não, magia...


Seja nos Argentinos, ou no La Bombonera e, por fim, em Nápoles, Maradona foi Rei, jogando e agigantando todas as equipas por onde passara. Parecia um extra-terretre entre o resto de seus companheiros, mas, sentia-se bem assim. Era a única maneira de se sentir bem, dentro de um campo e liderando uma equipa. Barcelona foi, talvez, o seu maior infortúnio. Ironia das ironias, uma das capitais mundiais do bom futebol não era o local ideal para o maior artista de sempre explorar as suas capacidades.

Ao longo de toda a sua carreia, Maradona sempre viveu como jogava, no limite. Nos seus últimos anos como futebolista, a dependência da droga fertou-lhe todo o tempo que restava como profissional. Hoje, ele sabe que esse foi o seu maior erro. Talvez sem esse “upgrade” não houvesse dúvidas quanto à sua supremacia na hora de jogar. Como o próprio o admite, talvez Pelé fosse “apenas” o homem de 3 Mundiais e ele o incotestável melhor futebolista da história.

Mas, para os muitos que acompanharam a sua carreira e para tantos mais que através das novas tecnologias se actualizaram, não existem dúvidas. O Mundial no México,em 1982, foi a prova cabal das suas reais capacidades, havendo, na altura, diversos jornalistas argentinos que diziam que a sua selecção nem teria uma equipa por aí além, mas tinha Diego e isso fazia toda a diferença. Ainda hoje são muitos os que acreditam que se Maradona jogasse pelos Coreanos, os mesmos seriam Campeões do Mundo.


Aqui há uns meses atrás lia um artigo sobre este “Pibe” argentino, em que um dos seus companheiros em Nápoles, o italiano Bagni, contava um história engraçada, mas que define bem a medida de cumplicidade entre Diego e sua melhor amiga. Segundo esse italiano, aquando da chegada do argentino a Itália, todo o plantel começou a verificar que treino após treino, Maradona deixava-se ficar para trás na hora de ir para o duche, pegando, em seguida, em cada uma das bolas usadas nesse apronto, e espalhadas pelo terreno de jogo, e levava-as ora com toques, ora com “beijinhos” para o cesto das mesma. Intrigado, houve um dia em que Bagni decidiu-se a questionar bizarro ritual. Diego Maradona sorriu e disse-lhe: “Gosto de as tratar bem, para que elas durante o jogo me obdeçam...Assim tenho a certeza de ganhar todos os desafios”. Como diria Luís Freitas Lobo, especialista português sobre futebol: “Maradona é mesmo a única prova de que Deus existe.”

Abraço

P.S.: É com grande satisfação que regresso a esta casa para falar sobre um dos meus interesses. Não vos poderei prometer mais regularidade, uma vez que isso, neste momento,é-me completamente impossível. Mas sempre que se proporcionar e a inspiração ajudar, cá estarei a contribuir para este “mui nobre” espaço.

Nota: Este é um artigo partilhado pelo Portal do Futebol e pelo Tought's and Letters

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